Pablo - Imagem Warner Bros

Entrevista com Hercules Franco

O filme “Como Cães e Gatos 3 – Peludos Unidos”, que levou adultos, crianças e inclusive os nossos amigos de 4 patas ao cinema conta com um elenco de voz fantástico! Aliás vamos combinar que os dubladores brasileiros são  os melhores do mundo, e não estamos aqui falando apenas de dar voz a desenhos animados. Esses profissionais tem a difícil tarefa de transformar a voz de outro ator, além de palavras em outras línguas, em um diálogo que nós possamos entender. E isso tudo, ainda por cima, de preferência em sincronia com a imagem do personagem que eles estão recriando!

E para a minha felicidade eu consegui que Hercules Franco, dublador de personagens que eu AMO como Peter Bishop da antiga série Fringe e de um dos ratos de

laboratório mais amados do planeta, o Cérebro –  criado por ninguém menos que Steven Spielberg (aliás o próprio foi quem escolheu Hercules para “ser” o Cérebro). Por falar nisso, “Pinky e o Cérebro” passava em um segmento da animação Animaniacs, e está retornando para a felicidade de muitos! Eu sou apaixonada pelos personagens e estou ansiosa com o retorno.

E uma curiosidade, eu escolhi Hercules, alguém que faz parte da minha infância e adolescência, além de ser meu conterrâneo – ambos somos cariocas – por conta de achar que seria muito mais interessante saber como uma pessoa criou a voz de Ave com problemas de identidade, fashionista, carente mas ao mesmo tempo “O vilão mais nefasto que o mundo já viu”. E sem querer tive o enorme presente de receber algumas respostas de uma pessoa que respeito e admiro muito o trabalho desde sempre! Então aproveitem para saber um pouquinho mais sobre como é a experiência dele e como foi ser Pablo.

– No filme Como Cães e Gatos 3, você dubla o Pablo, uma ave que fica confusa sobre sua identidade, não sabe se é Papagaio ou Cacatua. Qual foi sua estratégia para criar a voz de Pablo?

“O Pablo é uma figura super divertida, a minha estratégia é sempre tentar ao máximo ser fiel a voz original, com seus trejeitos, entonações mas sempre respeitando os atores originais.”

– Você é um dublador experiente, mas costuma dublar desenhos e atores. Qual seria a maior diferença para dublar um animal?

“Há várias diferenças. Os animais dependendo da espécie, tem uma boca que tem que ser sincronizada, é diferente do humano, os animais são mais caricatos, tudo é mais exagerado, muito maior. Já com filmes normais com atores, a representação é bem mais natural, há essa diferença. Eu me divirto muito fazendo animais, eles são mais engraçados e eu procuro reproduzir ao máximo o que eu escuto, com poucas modificações e adaptações para trazer ao nosso idioma”

– Você acha que filmes infantis são mais fácies ou difíceis de dublar e por quê?
“Nos filmes infantis, as personagens são mais caracterizadas, o bonzinho é o bonzinho, o vilão é o vilão, todos muito bem representados, o mundo infantil é divertido para os atores e dubladores, neste caso do filme, uma cacatua que é vilã é bem divertido.”

– E animais, mesmo que em desenhos, o que você gosta de fazer para criar uma voz para um bicho? Algum truque específico?
“No trabalho do ator a gente pode brincar, usar o lúdico, usamos uma criança interna nossa, sabemos fazer vozes de animais que estão dentro de nós, usando muito a imaginação e também a voz original como principal referência. “

– Qual a maior diferença entre dublar um personagem vs dublar um ator?
“É o tom, o desenho tende a ser mais carregado, já nos filmes são mais naturalistas.” 

– Você gosta de ouvir o aúdio original antes de se envolver com um personagem? Ou prefere criar baseado no texto de forma direta?

“O trabalho do ator de dublagem, é sempre em cima do áudio original, obedecemos o ritmo do ator, a forma como ele fala, tentamos traduzir a interpretação, o áudio é fundamental para traduzirmos para o português.”

E ai? Curtiram conhecer mais dos bastidores do universo da dublagem? É óbvio que depois quando li todos os dubladores disponíveis – todos muito talentosos e com currículos de impressionantes – eu queria entrevistar todos. E gostaria de deixar meu parabéns para esse time que conseguiu fazer com que eu valorizasse novamente essa arte. Afinal não é só dar voz, mas sim fazer a gente acreditar que aquele animal está realmente falando, isso é para mim uma arte e que muitas vezes se perde quando dão preferência a uma pessoa famosa que não tem experiência de dublagem. Tem muito talento e esforço envolvido em um trabalho como em “Cães e Gatos 3: Peludos Unidos”.

Aproveito para agradecer muito ao pessoal da Warner Bros Brasil que me permitiu essa oportunidade, e ao Hercules. E claro que espero que em breve, eu possa entrevistá-lo pessoalmente.

 

Beijos!

Sil

3 comentários

  1. Não sou fã de filmes dublados, mas sempre reconheci que os nossos dubladores são ótimos
    E adorei o enfoque dele sobre osdesenhos e animais
    Gostei do que li

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