Lar Doce Lar… Ou Não

Eis um excelente exemplo de como a tradução de título original, Home Sweet Home, para o português traduz melhor a ideia do que significa de verdade a história. Lar Doce Lar.. ou Não, é um filme que se identifica como uma comédia romântica. Mas a realidade é que eu não achei a comédia ou a grande história romântica.

Nossa mocinha, Victoria, é uma bela jovem que tem uma pequena obsessão com a sua aparência. Não que ela se ache feia, a questão é que em diversos momentos do filme ela, ou algum de seus conhecidos, comentam sobre o quanto ela se preocupa com o cabelo em demasia. Victoria trabalha em uma loja de café, onde é sócia com sua melhor amiga e está a procura do homem especial. Infelizmente, a impressão que passa é que ela se acha melhor e mais bonita do que todos os seus pretendentes até o momento onde conhece Jason. Aliás a primeira vez que eles se conhecem deixa claro o quanto Victoria acha que pode conquistar qualquer homem, se não me engano ela usa a frase “Mas ele é um homem, como não vai gostar de mim?” ou algo semelhante quando sua melhor amiga a questiona sobre o desinteresse de Jason nela.

Vale a pena ressaltar que além disso Victoria estava semi comprometida com um outro homem, ela tinha marcado um encontro com o mesmo e não se incomoda em receber flores ou manter o cara na “espera” enquanto tenta seduzir Jason. Essas características poderiam funcionar muito bem se talvez a história fosse um seriado, um livro, uma novela ao invés de um filme de 1 hora e meia. Em nenhum momento eu senti simpatia pela personagem.  E aliás nem por Jason, mas aqui o problema  é outro.

O filme tem uma mensagem forte sobre a Igreja Cristã, protestantes americanos, e Jason é um “homem de Deus”. Não chega a ser um pastor oficialmente mas ele se muda, indo morar na cidade de Victoria, para trabalhar com projetos dentro da comunidade religiosa que ele participa. Mas ao  mesmo tempo é uma pessoa que julga os outros por não terem a mesma fé que ele tem. Inclusive ele termina a última relação pois ela não encontrou a fé, mesmo ele sendo novo nessa vida.

E o filme segue com Victoria fingindo ser religiosa para conquistar Jason. E para ela fingir ser cristã é  algo normal como  fingir gostar de futebol  para agradar um homem. E bem, ninguém deveria fingir ser ou gostar de alguma que não é por outra pessoa.  Uma coisa fundamental numa relação é honestidade, além de aceitação. E nessa questão Jason ignorando pessoas que não são da sua crença, faz com ele seja intolerante e no fim quer que ela aprenda a achar a fé como ele, para que ela seja alguém que ele possa se relacionar.

Antes que me critiquem pela questão religiosa, não estou aqui dizendo que a religião dele, ou a fé é  uma coisa ruim, minha critica é à atitude superior que algumas pessoas tem. Essa intolerância e não aceitação é o que me incomoda. A necessidade de mudar os outros, de fazerem que eles tenham a mesma crença que você, seja ela religiosa ou filosófica é o que eu não gosto e não gostei no filme. No fim, Victoria aceita a religião para ficar com Jason e eles estão indo de uma maneira devagar, o que não é um final romântico. E fica a questão será que ela realmente se encontrou na religião e que isso será o suficiente para ele, ou será apenas que ela se encontrou na comunidade e novos amigos que fez?

O que salvaria no filme, que deveria ser o crescimento de Victoria de “fútil” para alguém com um propósito, ajudar a construção de casas para pessoas que precisam, é apenas uma maneira de se aproximar de Jason inicialmente. Enfim, é um projeto excelente, uma ótima forma de ajudar os outros, mas infelizmente no filme parece uma situação de segundo plano dentro da igreja. Me pergunto se eles se juntariam ao “Habitat para Humanidade” que constroí casas pelo mundo ou se fazem isso apenas para aquela comunidade.

É uma pena mas o filme não me entreteve e nem me trouxe uma visão positiva da situação: os personagens não tem química, a história é superficial e honestamente nem consegui enxergar um final feliz de verdade para o casal.

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Beijos,

Sil

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