Como prometi, eu vou explicar porque eu gostei tanto de Cobra Kai e porque eu acho que as mulheres são parte fundamental da série da Netflix. Se você quiser saber o que eu escrevi no outro post, basta clicar aqui: Cobra Kai parte 1. Se não vamos para uma breve recapitulação.
A série Cobra Kai, é uma continuação direta, ou seja quase 30 anos depois, dos 3 filmes Karate Kid, estrelados por Ralph Macchio e William Zabka. Surgiu a partir de teorias criadas na internet de que Daniel San – personagem de Macchio – não era o real mocinho, mas sim Johnny – Zabka. A série estreou em 2018 no YouTube Premium e logo foi comprada pela Netflix, que estreou as duas primeiras temporadas esse ano e já tem data para a terceira: 8 de Janeiro de 2021.
Eu expliquei no outro texto, que o querido Daniel San cresceu e se tornou um homem bem sucedido, bem casado, com uma família feliz. Agora ele é Daniel LaRusso, dono bem sucedido de uma cadeia de concessionárias, em Los Angeles. A maior parte dos carros que aparece na loja são Mercedes de primeira linha e óbvio que com o sucesso, Daniel tem seus “inimigos” no ramo. Entretanto, o que demoramos para perceber na série, é que é sua esposa, Amanda LaRusso, quem segura não só os negócios mas também, em grande parte, a família composta por dois filhos: Samantha, de 17 anos, e Anthony, de 12 anos. Sam, é a queridinha do Pai, treinava Caratê com ele quando criança, até virar uma jovem e começar a se interessar por outros assuntos (meninos, por exemplo).
É lógico que Samantha tem um papel importante na série mas o nosso foco aqui é sua mãe, interpretada pela lindíssima Courtney Henggeler, também conhecida pela sua interpretação de Missy Cooper, irmã gêmea de Sheldon na série The Big Bang Theory. Logo no começo da primeira temporada, Amanda foi odiada pelos fãs, e eu QUASE embarquei nessa. Aos poucos, e especialmente na segunda temporada, é que Amanda começou a brilhar. Enquanto Daniel resolve continuar sua cruzada contra Johnny e seus alunos, algo um pouco infantil para um homem de 50 anos. As melhores ideias que Daniel tem, normalmente são incentivo de Amanda, que apesar de ver o negócio da família ruindo, tem a paciência de tentar mostrar a Daniel o que ele deveria ter encontrado: equilíbrio.
Enquanto Daniel arrasta Sam para uma rixa com seu ex rival, se intromete na vida do filho de Johnny, Robbie interpretado por Tanner Buchanan, e simplesmente abandona o menino; Amanda tenta colocar juízo e abrir espaço para que Daniel e Johnny conversem e deixem as desavenças de lado. Mas, como vemos, Daniel parece ignora-la muitas vezes e chega ao cúmulo de deixar implícito que não superou a namorada do colégio: Ali, Elisabeth Shue, que antes de Daniel também namorou Johnny. E é essa mudança de Daniel, de alguém que lutava pelo certo, para “dono da verdade” sem conhecer a história e ao invés de apreciar o que tem e o que conquistou na vida, para alguém que é o Status Quo e que nada pode abalar sua vida de homem bem sucedido, que decepcionou muitos fãs. Mas podemos ver que não é só fora da série que Daniel está abusando de seu status, Amanda é uma lembrança forte que seu marido está passando dos limites. E quantas vezes não vemos situações semelhantes onde uma mulher se desdobra para tentar equilibrar sua vida profissional, amorosa e segurar os problemas de um homem?
Além de Amanda, temos ao lado de Johnny, Carmen, a mãe de Miguel (um de seus alunos) – a maravilhosa Vanessa Rubio – mãe solteira, enfermeira que além de cuidar da mãe, dá o sangue pelo filho. Carmen precisa ser mais direta que Amanda e no começo é contra a ideia de seu filho entrar para um Dojô. Entretanto aos poucos, ela percebe que Johnny se importa com seu filho, e passa a cuidar dele também. É interessante observar como ela essa relação de que ao cuidar de Johnny, ela está cuidando do filho.
Carmen, infelizmente é uma personagem que apareceu pouco até agora – imagino que terá uma importância maior na terceira temporada – mas ela serve de catalizador para algumas mudanças positivas em Johnny. Ela consegue lidar com ele, mesmo ele sendo atrapalhado e as vezes sem jeito com as mulheres. Acho que cabe aqui dizer que um ponto que eu gostei de observar é o quanto Johnny tenta agradar Carmen, mesmo que atrapalhado e nem sempre dá maneira certa, versus Daniel perdendo o equilíbrio de sua relação com Amanda na obsessão de ser uma versão do Sr. Miyagi.
A verdade é que a série trata sobre vários assuntos interessantes e que estão presentes nas nossas vidas. Eu realmente acho que é uma série que pode ser vista com os mais jovens, afinal quem não gostava de Karatê Kid, mas também existe espaço para percebermos as mudanças conforme vamos ficando mais velhos. O quanto damos por garantido algumas situações na nossa vida, como devemos superar e perdoar outras, e o mais importante: não deixar o passado definir quem somos e seremos. E acho que é essa a principal função das duas mulheres, que apesar de não serem as principais, são fundamentais para que as vidas dos dois protagonistas não fuja completamente do controle.
Agora é a vez de vocês, quero saber qual é a opinião da maioria: vocês concordam ou não comigo? Deixem aqui seus comentários! E não esqueçam de nos seguir no Instagram para mais notícias e novidades.
Beijos,
Sil
Boa sorte na nova empreitada, prima.
CK é excelente. Devorei as duas temporadas ainda na época do YouTube e acho ótimo termos a visão de que Daniel San não é esse santo todo. Bjs
Hmmm…. interessante. Vou assistir. Qdo vi a série disponivel no Netflix, não me interessei, embora tenha amado karatê kid na época. Agora, vendo que se trata dos menos personagens mais velhos, acho que pode ser bacana.
realmente uma visão bem mais interessante do que eu imaginava