Finalmente estreará dia 11/01, a 3a. temporada de American Gods, série da Prime Video, baseada no livro homônimo de Neil Gaiman. E para a minha felicidade, fui convidada à assistir os 4 primeiros capítulos da nova temporada que dessa vez contará com 10 episódios.
Eu tenho um post antigo e longo que explica melhor sobre o mundo de American Gods, mas precisa ser atualizado, então vou apresentar a série para vocês aqui mesmo. Primeiro seu criador: Neil Gaiman. Sou fã dos trabalhos de Neil como as séries Lúcifer (Netflix), Good Omens (Prime Video),os filmes Coraline, Stardust (com Henry Cavill), Beowulf (animação) e O Expresso Polar (com Tom Hanks), só para citar alguns dos materiais que ele criou e/ou ajudou a “trazer a vida” para as telas. Neil é tão engajado com seus projetos que narrou um episódio inteiro de Lúcifer e ajuda a adaptar praticamente todas as suas obras. Me parece uma pessoa que ama o que faz, e que tira prazer de ver suas obras criando vida.
Ainda não li os livros, mas não precisa para entender o que se passa em Deuses Americanos. Como o nome sugere, a história se passa nos EUA e conta a história da disputa entre os Deuses Antigos, representados por Wednesday (Ian McShane) ou melhor conhecido como Odin (sim o pai de Thor) e os Deuses Novos organizados por Mr. World (Crispin Glover) conhecido como o Deus da Globalização. No meio deles um humano Shadow Moon (o inglês Rick Whittle de The 100) que acaba de sair da cadeia para ir ao enterro de sua esposa Laura Moon. Ao aceitar trabalhar como guarda-costas de Wednesday, Moon, assim como nós, é introduzido ao universo dos Deuses, as suas loucuras e acaba envolvido na guerra pelo controle da adoração dos americanos entre os antigos – Bilquis, Annubis, Barão Samedi, entre deuses que tem mais de uma denominação como o Vulcano, Thoth ou Hermes – e os modernos – Mídia (Gillian Anderson fantástica na primeira temporada), Nova Mídia, TechBoy e outros.
E bem, vamos pular as duas temporadas anteriores para um mundo onde a sua esposa morta-viva, Laura, é o menor dos problemas de Moon. Muitos não gostaram da segunda temporada da série pois acham que ela não foi fiel ao livro, pelo que entendi, a segunda temporada mistura detalhes além do livro para construir uma terceira temporada muito mais bem embasada. Confesso que revi cada episódio mais de uma vez e a terceira temporada me parece ser melhor do que a segunda foi. Aliás o próprio Neil, que ajuda nos roteiros afirmou isso. Entretanto a série é uma adaptação do livro, portanto, ela foi atualizada para que assuntos atuais possam ser tratados. Um deles, que pareceu ser importante, é a questão racial de Moon. O assunto já foi discutido por Gaiman que assumiu que o personagem teria origem nórdica, africana e talvez algo nativo-americano, o que explica a conexão espiritual dele com um Búfalo que aparece em seus sonhos, entre outros símbolos dos povos que viviam na América do Norte antes dela ser povoada e explorada pelos europeus.
Sim, racismo é um dos assuntos que vão ser tocados na terceira temporada, que foi escrita e filmada em 2019. Quem chegou a ler meu post sobre a série viu a minha empolgação sobre a introdução de dois novos deuses na história: Ogum e Oxum, que vão ser “levados” para os Eua durante o período com os negros arrastados para trabalhar como escravos. Em uma cena emocionante, Ogum e sua esposa Oxum, oferecem conforto para os negros escravizados que trabalhavam nos campos de algodão. Inclusive a série começa, no último capítulo disponível, questões sobre como os Europeus invadiram a América do Norte levando seus deuses, e depois colonizaram a mesma trazendo escravos que por sua vez trouxeram também suas divindades. Mas não podemos esquecer dos que já estavam antes naquelas terras, e assim parece ser também uma hierarquia entre os próprios Deuses Antigos, especialmente quando Odin quer ser o líder entre eles.
A série, não agradou a todos no começo por ter usado de uma narrativa não tradicional apresentando os Deuses diferentes no começo de cada episódio. A segunda temporada desviou do livro para preparar e explicar o que estava acontecendo e a terceira, finalmente concretiza e apresenta uma narrativa mais linear e conectada com o livro. Mas ela mostra ao que veio já nos dois primeiros capítulos onde mudanças de personagens, o foco nas origens de Shadow Moon e as escolhas que ele tem ou terá que fazer ficam claras para o público.
Desafio a todos a ver o primeiro capítulo , com a participação especial de Marilyn Manson como Johan um servo de Odin e líder de uma banda de Heavy Metal que venera o antigo Deus. Manson está fantástico no papel!
Para quem gosta de mitologias diferentes e não se incomoda com uma série que explora a narrativa de uma maneira diferente, American Gods é uma boa opção. Particularmente eu já estava com saudades da série e estou ansiosa para terminar a temporada, além de querer ver mais de “minha mãe” Oxum.
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Beijos,
Sil
Vou conferir esta temporada. A primeira eu não fui até o fim