Cobra Kai, parte 1

Se vocês acompanham o meu Instagram – ainda não me segue lá? Então corre e siga o @vinho.pipoca – já viram que eu fiz DOIS posts sobre a série da Netflix que é a continuação dos filmes ORIGINAIS do Karatê Kid. Sim, aqueles em que o menino bonzinho “Daniel-San” conseguia, no seu primeiro torneio de Caratê, ganhar de Johnny, um rapaz loiro, bem de vida, e que além de ser a estrela de seu Dojô, o Cobra Kai, fazia “bullying” em Daniel-San. (Sim, existe na minha humilde opinião uma necessidade de diferenciar o personagem e eu já, já chego lá).

Entregando totalmente a idade, eu nasci e cresci no auge do sucesso da trilogia original, entre 1984 e 1989, e que na verdade era uma saga de 4 filmes. Entretanto Karatê Kid 4, de 1994, com a Hillary Swank, não teve o mesmo apelo entre os fãs. Apesar disso, quando criança é óbvio que eu quis também fazer alguma arte marcial, especialmente tendo sido literalmente criada dentro de um Dojô. Na minha família todos faziam Artes Marciais, homens e mulheres, então era normal para mim que uma luta não fosse algo apenas de “meninos”. Mas onde eu realmente quero chegar é que, como talvez a maioria das meninas que cresceram nos anos 80, o mais importante é: eu tinha uma crush no Daniel San, aquele menino bonzinho, “bonitinho” (na época eu achava, fazer o que?), que assim como no meu mundo, ele também era um aficcionado por artes marciais. Daniel San era o menino que todas as meninas ignoravam mas descobriam que tinham um bom coração, que não era babaca com as mulheres, que se esforçava, que mostrava o quanto ele gostava da mocinha. E eu no auge da minha infância acha aquilo tudo o máximo!

Pausa para lembrar como Karate Kid voltou a moda. Vocês lembram do seriado “How I met your mother?” onde o personagem de Neil Patrick Harris, Barney Stinson, tinha uma teoria bizarra sobre como os filmes do Karate Kid estavam errados e que Johnny, não Daniel, era o verdadeiro herói da saga? Pois é, a teoria fez sucesso e ambos os atores do filme original acabaram participando em papéis pequenos mas deixaram uma pergunta no ar: Será que Barney estaria certo? Será que durante todos aqueles anos, Johnny foi injustiçado e era o verdadeiro herói da história? Vídeos de teorias no YouTube começaram a surgir e eventualmente, pelo menos essa é a história que contam como oficial, em 2018 o YouTube Premium, finalmente decidiu então contar a história de como seria AGORA a vida de Daniel e Johnny. A série fez sucesso e em 2019, a Netflix então comprou Cobra Kai e já está preparando para lançar a terceira temporada em 8 de Janeiro de 2021.

Mas tá, e aí, por que vocês deveriam assistir Cobra Kai? Afinal, a maioria não necessariamente tem idade para se interessar pelos personagens mais jovens – apesar de serem jovens bonitos – e nem muito menos por Ralph Macchio e William Zabka, Daniel e Johnny respectivamente reprisando seus papéis mais de 30 anos depois. E bem, é uma historinha sobre um Dojo cheio de adolescentes e dois homens adultos implicando um com o outro, então por que perder seu tempo? Porque Cobra Kai é muito mais do que apenas o que está na superfície.

A verdade é que eu comecei a assistir a primeira temporada meio desanimada e confesso, com raiva do Daniel, que não é mais o “Daniel San” que eu gostava. Onde foi parar o menino bonzinho? Bem, o menino virou homem, casou, fez carreira e teve dois filhos. E, sem querer dar spoilers, mas é importante aqui explicar, virou um homem bem sucedido. E óbvio que com seus problemas, mau resolvido, preso a uma fase de ilusão onde o Caratê era a vida dele, e obviamente seu maior problema foi apanhar em uma competição de Caratê. Tempos mais simples… E Johnny? Johnny como todo bad boy de filme dos anos 80, virou um ninguém. Lembrando do filme, aliás a série é brilhante no uso de flashbacks, Johnny era filho de uma mãe solteira que casou com um cara rico que não gostava dele. Johnny também cresceu, casou e como muitos casais, acabou em um divórcio feio, brigado com a ex e com um filho que ele não conhece mais, provavelmente por ter perdido a guarda do mesmo durante o divórcio. Johnny está longe de ser o mocinho, mas é o retrato de um americano médio: sub empregado, sem motivação, vivendo em um mundo solitário e derrotado pelo seu passado. Johnny não quer voltar para os anos do Cobra Kai e seu Sensei, Johnny quer apenas sobreviver e quem sabe com alguma sorte, melhorar sua vida. E é exatamente nesse ponto onde eu quero chegar: a importância das mulheres nas vidas dos personagens principais.

Mas acho que é assunto para um segundo texto não?! Aproveitem, comentem e me digam se vocês já assistiram a série, o que acharam, ou se ficaram curiosas para saber mais depois desse texto. Enquanto isso não deixem de seguir o nosso Instagram, onde tem notícias sobre seriados e filmes e em breve os anúncios dos textos aqui postados também. E claro, não deixem também de comentar e dar a opinião de vocês. O espaço aqui é nosso, é a opinião de vocês é muito importante.

Beijos

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